Os estabelecimentos industriais, atacadistas e beneficiadores devem ficar atentos ao Bloco K, já que serão obrigados a proverem, mensalmente, informações sobre o processo produtivo com dados quantitativos sobre seus estoques, consumo de matéria-prima e insumos e movimentações internas de produtos.
O Bloco K compõe o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e tem um impacto significativo nas operações das empresas, que vai além da obrigação fiscal. Para a adequação à nova obrigação fiscal, as empresas precisam garantir a conformidade e evitar multas que podem chegar a 3% do faturamento, em caso de não cumprimento do prazo de entrega.
Com a nova exigência, o Fisco pretende aprimorar o controle sobre os contribuintes, uma vez que terá acesso a ficha técnica das ordens de produção, contemplando dados desde a compra da matéria-prima até o desenvolvimento do produto final. Considerado um novo conceito de cooperação entre empresa e governo, que agora passam a utilizar um ambiente único para compartilhar informações, o Bloco K deve ir além da preparação de TI.
Uma vez que o processo de envio de arquivos magnéticos sobre a produção, com exceção do setor de bebidas e do setor de cigarros, é novo, é esperado um impacto considerável para a empresa no que tange aos aspectos fiscal e tributário.
Impacto significativo
O Bloco K tem um impacto significativo nas operações das empresas, já que a entrega mensal dessas informações, antes exigidas pela legislação em papel, agora irão demandar informações mais detalhadas, assertivas e convergentes. A nova obrigação ajuda a otimizar o gerenciamento interno dos estoques e da produção, exigindo, por exemplo, adequação de cadastros, revisão dos processos ou integração de todo o ecossistema. Por outro lado, os novos requisitos solicitados propiciam ao Fisco fechar todo o ciclo da operação fiscal das empresas por meio de um sistema minucioso.
As indústrias, atacadistas e beneficiadores devem identificar os gaps de seus sistemas, mapeando todo o processo societário, organizacional, sistêmico e de negócio, visando garantir o compliance do Bloco K.
Dessa forma, será possível levantar as necessidades relacionadas ao sistema de produção, como a replicação de códigos de mercadorias, ajustes das fichas técnicas, entre outros, para então desenvolver um plano consistente de adequação dessas falhas. A identificação dos problemas é fundamental para levantar aspectos que possam afetar o processo produtivo.
Fiscalização acirrada
No atual momento fiscal brasileiro, na qual o SPED já é uma realidade e todas as informações fiscais serão interligadas, a fiscalização será cada vez mais acirrada e as empresas precisam ampliar a análise de seus sistemas legados e de sua exposição fiscal. Atender os requisitos do Bloco K exigirá muito mais que uma boa solução de gestão fiscal. É imprescindível que as empresas entendam a complexidade deste processo de adequação e a importância da nova obrigação para o Fisco.
O denso volume das informações exigidas necessita de uma equipe em sinergia, consciente e preparada, além de um acompanhamento contábil detalhado. Este é o caminho mais eficiente para que as empresas não tenham maiores problemas neste momento estratégico de transição. Chegou a hora de ajustar-se ao Bloco K, então, mãos à obra!
Via: administradores.com